Procedimento para tratar câncer melanoma é realizado no Hospital de Caridade

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Procedimento raro e inédito para tratar câncer melanoma avançado é realizado no Hospital de Caridade 


Foi aplicado doses de quimioterapia na região acometida pelo tumor 20 vezes maior do que o corpo poderia suportar por meio de tratamento convencional


 


Um procedimento raro e inédito para tratar câncer melanoma avançado foi realizado neste mês no Hospital de Caridade, na capital catarinense. Foi realizada a perfusão isolada do membro, em que foi possível aplicar doses de quimioterapia na região acometida pelo tumor 20 vezes maior do que o corpo poderia suportar por meio de tratamento convencional.  A paciente recebeu alta e já apresenta sinais de redução do tumor.


 


A cirurgia foi realizada pelo cirurgião oncológico do Hospital de Caridade, Eduardo Zanella Cordeiro, e uma equipe composta por outros cirurgiões oncológicos, anestesistas, assistentes de anestesia, auxiliares de ortopedia e auxiliares de enfermagem. 


 


O procedimento foi realizado para tratar uma senhora de 45 anos, moradora da região da grande Florianópolis, com melanoma avançado. De acordo com o cirurgião oncologista, a paciente já tinha sido operada cerca de três vezes e estava com recorrência locorregional. “Ela tem o melanoma restrito à perna e foi ascendendo para a coxa, o que chamamos de doença em trânsito. Antes do procedimento, a paciente fez todos os exames para certificarmos de que ela não tinha melanoma em outras partes do corpo”, afirma o médico. 


 


O médico explica que o procedimento foi escolhido porque com o tratamento cirúrgico a doença estava voltando, e para retirar o tumor completamente seria preciso amputar o membro. “A solução foi usar a perfusão isolada de membro. Dissecamos a artéria e a veia femoral, trancamos a circulação da perna e a colocamos interligada à uma máquina de ligação extracorpórea para circular o sangue isolado do corpo, e, assim, administramos a quimioterapia, o que permitiu que o membro com tumor recebesse uma dose de quimioterapia 20 vezes maior do que o organismo poderia suportar numa quimioterapia convencional”, explica. 


 


Ainda de acordo com o Dr. Eduardo, o procedimento com a alta dose de quimioterapia contribuirá muito para potencializar o resultado do tratamento, permitindo que a paciente responda melhor à quimioterapia e preserve o membro. A paciente segue com a imunoterapia, que é o tratamento principal da doença.



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